Investigadores da Science alertam sobre discrepância na construção do aeroporto de Montego

Investigadores portugueses acusam o governo português de estar em conflito com os objectivos da Carta Europeia do Ambiente ao continuar a construir um aeroporto em Montego, citando principalmente o impacto devastador sobre centenas de milhares de aves na foz do rio Tejo.

Num ensaio em forma de carta, publicado hoje na edição da revista científica Science, o avanço no aeroporto seria o oposto de “combater as alterações climáticas globais e inverter a crise da biodiversidade”, com impacto, sobretudo, nas aves que procuram na foz do rio Tejo.

Em declarações à Lusa, o biólogo José Alves, da Universidade de Aveiro e co-autor com Maria Dias, da Birdlife, disse esperar que “a mensagem chegue lá” e que isso ajude a pressionar o governo português, para que o “bom senso” prevaleça e não Ele continua a construir.

Não está apenas relacionada com Portugal e com a questão das aves migratórias, “a discussão não é apenas a nível nacional”, porque “há outros países que participam nestas aves e investem na sua protecção, porque já estão em declínio”.

Holanda, Dinamarca, Alemanha e Reino Unido são alguns dos países que partilham pontos nas rotas destas aves, que ocupam centenas de milhares de espaços na foz do rio Tejo.

“Estamos falando de 200.000 pássaros de inverno e 300.000 durante os períodos de migração”, disse ele.

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