Com a epidemia de Kovid-19, os salários mensais em dois terços dos países caíram ou aumentaram lentamente nos primeiros seis meses de 2020, segundo relatório divulgado ontem (2) pela Organização Internacional do Trabalho (OTI). Além disso, o aumento do salário médio em um terço dos países se deve à distorção do valor médio causada pelo grande número de trabalhadores de baixa renda que perdem o emprego e não incluem mais seus dados na folha de pagamento.
Foto: Organização Internacional do Trabalho
Ao analisar os dados, em países que tomaram medidas vigorosas para proteger o emprego, os efeitos da crise foram sentidos principalmente por meio de cortes de salários e não de grandes perdas de empregos.
Os salários das mulheres e trabalhadores com baixos salários foram afetados de forma desigual pela crise. As concessões salariais temporárias em alguns países europeus podem substituir até metade dos salários perdidos devido à redução do horário de trabalho e reduzir o impacto da epidemia sobre a desigualdade salarial. Em apoio aos trabalhadores de baixa renda, a maioria dos países aumentou o salário mínimo conforme planejado no primeiro semestre de 2020.
Ao abordar a questão do salário mínimo, o relatório concluiu que 90% dos estados membros da OIT têm padrões legais ou negociados de salário mínimo. Estima-se que existam 266 milhões de trabalhadores no mundo com rendimentos abaixo dos padrões atuais do salário mínimo, porque eles não estão protegidos por leis de salário mínimo ou cumprem as normas do salário mínimo.
O relatório destaca a necessidade de um diálogo social forte e abrangente no curto prazo para formular uma política salarial adequada e equilibrada que contribua para a recuperação econômica. Um padrão legal ou negociado de salário mínimo pode ajudar a reduzir a desigualdade após uma epidemia.
Tradução: Nina Niyu
Edição: Diego Goulart