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Alguns indicadores sugerem que o Brasil também pode estar à beira de uma segunda onda de Kovid-19
No início de novembro, pela primeira vez desde o surto, o mundo atingiu 11.000 mortes por dia devido ao Kovid-19, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos.
De acordo com os números da universidade, 11.002 pessoas morreram em 4 de novembro e 11.617 em 11 de novembro devido à infecção por coronavírus.
A única vez que o número de mortos atingiu um nível semelhante por dia foi em meados de agosto, quando 10.128 pessoas morreram no dia 14. Esse número não chegou a 11 mil e ocorreu em um curto período no mês passado.
Este número atingiu o pico entre a segunda poluição nos Estados Unidos e na Europa. Somente nos Estados Unidos, 1.400 pessoas morreram em 11 de novembro. O Centro Europeu de Controle de Doenças diz que 1.200 pessoas morreram na França em 10 de novembro e 3.500 na semana passada.
Uma curva d Mortes diárias A queda ocorreu entre maio e junho, quando dezenas de países ao redor do mundo aplicaram sanções, mas aumentou novamente entre julho e agosto e tem aumentado continuamente desde o final de outubro.
A segunda onda nos EUA e Europa
Os especialistas não concordam que o que a Europa e os Estados Unidos estão experimentando seja realmente uma segunda onda ou uma continuação da primeira, porque os casos e as mortes diminuíram, mas nunca pararam.
Independentemente de ser uma segunda onda ou uma primeira continuação, os casos aumentaram novamente nos Estados Unidos e na Europa por uma série de razões.
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As ruas de São Paulo, o estado com o maior número de mortes de Kovid-19 no Brasil
Na Europa, o fim do confinamento solitário total levou ao retorno aos restaurantes e ao comércio, ao retorno à escola em escolas e universidades em diferentes países e ao retorno à vida normal em geral.
“Com a chegada do verão, turbulências econômicas e a disseminação do vírus na sociedade, tem havido intensa pressão para retornar ao trabalho como antes”, disse o professor da BBC, Dr. Airton Stein. Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.
Além disso, uma parcela significativa da população não foi exposta ao vírus – 85% das pessoas em alguns países europeus não tinham anticorpos contra o coronavírus em outubro, o que os torna vulneráveis à contaminação.
Com o aumento do número de infecções no Reino Unido, Espanha e França e os hospitais atingindo novamente o limite de capacidade de atendimento, as autoridades mais uma vez impuseram toques de recolher e bloqueios.
Nos Estados Unidos, o presidente eleito Joe Biden criou uma força-tarefa para lidar com a epidemia, mas a recusa do presidente Donald Trump em aceitar os resultados das eleições complica a transição. Na opinião de analistas americanos, a demora e problemática transição vai piorar ainda mais a situação da saúde pública no país e também atrasar o desenvolvimento de vacinas.
A segunda onda no Brasil?
Alguns indicadores sugerem que o Brasil pode estar à beira de uma segunda onda: as informações dos hospitais privados de São Paulo já aumentaram o número de internados desde a segunda ou terceira semana de outubro.
O presidente Zaire Bolsonaro disse nesta sexta-feira (13/11) que a segunda leva de Kovid foi uma “conversa fiada” no Brasil.
Segundo epidemiologistas e matemáticos que ouviram a BBC News Brasil, é praticamente impossível evitar um segundo aumento de casos, como mostram as experiências da pandemia passada e a atual situação europeia.
Alguns especialistas alertam que os efeitos dessa segunda onda sobre as mortes só aparecerão algum tempo após o início, por isso as autoridades precisam seguir em frente.
“Nossos delegados devem ter pensado desde ontem em como fortalecer o sistema de saúde e reabrir ou expandir hospitais e UTIs”, adverte o brasileiro Dr. José Luiz de Lima Filho, da Universidade Federal de Pernambuco, da BBC News.
Na quinta-feira, foram 19 casos de Kovid-19 e 86.723 no Brasil. O número total de mortos no país já ultrapassou 164 mil.
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O presidente Zaire Bolsonaro disse nesta sexta-feira (13) que a segunda leva de Kovid no Brasil foi um ‘pequeno debate’.
Quando chega a vacina?
Embora existam cerca de 200 iniciativas em todo o mundo para desenvolver a vacina contra o coronavírus, ainda não há uma estimativa confiável de quando a cura será eficaz e estará disponível ao público.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) algumas – cerca de 10 – estão sendo desenvolvidas em estágio mais avançado, como a Koronawak, em parceria com o Instituto Butante da Sinovac Life Science, empresa chinesa, que já está em fase final de testes clínicos.
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